O mês de agosto começa a desenhar uma nova face para seu perfil. O mês de agosto tradicionalmente é frio e com poucas chuvas, a novo clima deste mês é gélido e com chuvas frequentes, propício a quem acredita na tal lenda do “azar de agosto”. Confesso que acho engraçada essa tal definição de sorte e azar, não acredito, mas respeito.
Já havia escrito um texto para este post em que tratava justamente do tema “sorte e azar”, contudo, como boa idealista e romântica que sou ao digitar as primeiras palavras vi que me desviarei deste tema. Hoje me interessam os sentimentos, as emoções, os ideais, o querer das pessoas, tratarei disto então. Este clima faz com que inevitavelmente fiquemos mais esperançosos, mais carinhosos, eu gosto muito disso.
Percebo que as pessoas ficam mais sensíveis, semana passada caminhava pelas ruas do centro de Porto Alegre e percebi que muitas pessoas, paravam para admirar aquelas estátuas vivas, outras, no entanto, se detinham a parar seus afazeres para retirar uma moeda de suas carteiras e alcançar para aqueles pequenos inocentes que já fazem parte da Andradas, de certa forma imaginando-se me cada uma daquelas situações, muito bonito de ver, eu, como simples observadora, por alguns minutos parei e observei todas aquelas pessoas e a vida que demonstravam. Percebi que a mulher das flores, aquela do estabelecimento em frente da Loja da Gang, tocava as flores e sentia seus aromas com um cuidado impar, como se em cada flor que ela alcançava ao cliente levasse também um pouco daquela afeição; olhando para aquelas ruas, para aqueles prédios históricos e sentindo o vento tocar meu rosto, me emocionei. Quanta história, quantas vidas ali representadas!
Não posso deixar de mencionar aqui o pôr-do-sol à beira do Guaíba, no Gasômetro, é um dos espetáculos mais lindos da natureza. Paz foi o que senti. E o mais bonito, ali sentados lado a lado estavam tribos tão distintas, todas elas curtindo aquele momento com pessoas queridas com um sentimento de respeito. Naquele momento é inevitável você se calar, difícil quem não se cale diante de tanta beleza. É um daqueles momentos que se eternizam, lembro-me que minha afiliada fazia “bolhas de sabão” e aquilo era uma emoção para ela, ela vivia aquilo com tanta intensidade, que novamente parei e observei aquele ser, tão pequenino e tão sonhador, confesso que me apaixonei novamente por aquela menina que já havia me enfeitiçado ao nascer.
Agosto tem sido um mês gostoso, trouxe um pouco de Porto Alegre comigo, a paixão e a transmiti a tudo o que me proponho a fazer e a sentir. Essa entrega me faz bem, sentir me torna humana. Devo ter repetido algumas palavras, mas não repeti sentimentos. Aqui não posso fazer como em minhas conversas, que quando não sei bem o que dizer, ou se devo dizer, escolho uma música que diz por mim o que sinto, acho que essa é uma das funções da música, tornar o mundo dos sonhos mais palpável.Não ignoremos os fatos, ou seremos como os avestruzes enterraremos a cabeça no solo e só sairemos de lá quando as coisas estiverem mais brandas. Não há prazer nenhum em viver evitando as reações fortes, viver uma vida mais ou menos, é bem menos, menos alegria, menos sonhos, menos sentimentos e realização. Adversidades sempre irão existir, mas enfrentá-la de frente, tornar nossa vida em algo compatível com o que estamos sentindo e com o que acreditamos, será algo infinitamente mais prazeroso. Eu já decidi ser viver, e você?
